sábado, 26 de dezembro de 2015

Advogados voluntários de todo país aderem à Frente Antifascista



Conforme informado anteriormente nesta página, a Frente Antifascista que está sendo construída foi pensada no âmbito de um grupo do What’s App formado, essencialmente, por juristas, advogados, jornalistas e parlamentares de todo país autodenominado “Os Carbonários”, um grupo do qual este blogueiro tem a honra de participar.
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ideia inicial daquele grupo sobre essa Frente foi a de desenvolver várias ações, não apenas a responsabilização jurídica (cível e/ou penal) dos praticantes de ataques fascistas. Porém, os últimos acontecimentos no país começam a revelar que não adianta mais acreditar que a denúncia do comportamento fascista irá inibir seus praticantes.
Antes de tratar da tocante adesão de advogados que estão se voluntariando para atuar contra o fascismo, valem algumas reflexões sobre o fenômeno.
Assim como não pararam – e até aumentaram – os ataques racistas que atingiram celebridades globais como a “garota do tempo” do Jornal Nacional, Maria Júlia Coutinho, ou as atrizes Thaís Araújo e Cris Vianna, entre outras vítimas do rascismo “cordial” tupiniquim, os ataques fascistas continuam aumentando em frequência.
A recente agressão a Chico Buarque de Hollanda ganhou notoriedade, mas, assim como os casos crescentes de racismo, está longe de ser um caso isolado. Todos os dias, cidadãos comuns são agredidos e/ou ameaçados na internet e/ou no mundo físico por conta de suas opções políticas.
Este Blog recebe denúncias todos os dias, como a colocada em post recente sobre a Frente Antifascista:
Ronaldo
Enviado em 23/12/2015 as 23:11
Recebi uma mensagem no facebook com o seguinte teor : ” Vou te achar filho da puta, você e a piranhazinha de sua filha, petralha vagabundo”. Ele é Robson Lopes, e faz manutenção de aeronaves. Eu respondi que ia procurar um advogado e ele não falou mais nada. É caso para processo ?
Conforme informei ao leitor, não é só caso para processo; é caso para denúncia à Polícia, para um Boletim de Ocorrência, pois há, aí, uma clara ameaça, além de injúria.
Em relação ao racismo, irmão do fascismo, vê-se que os ataques que ocorreram contra as celebridades, apesar de repudiados em rede nacional, estimularam comportamentos análogos como o ocorrido recentemente no voo da TAM JJ3705 (Brasília – São Paulo/Congonhas) no dia 19 deste mês.
Conforme relato do jornal Correio Brasiliense, Integrantes de um coletivo artístico sofreram discriminação por parte de funcionários da TAM. Os jovens foram ofendidos com a atitude de dois passageiros, identificados posteriormente como funcionários da empresa aérea.
Em um vídeo divulgado na página do grupo artístico RUA no Facebook, os jovens contam que estavam sentados em duas fileiras no fundo da aeronave. Segundo eles, os funcionários estavam nas janelas opostas de uma das fileiras e começaram a trocar mensagens. Um integrante do grupo, sentado atrás de um deles, conseguiu ler o que estava escrito no celular do funcionário.
Segundo a denúncia, os funcionários da TAM que viajavam fora de serviço se mostraram incomodados com a presença do grupo e uma das mensagens que trocaram associava o maior poder aquisitivo da classe C ao acesso às viagens de avião. Em outra mensagem, uma das integrantes do grupo artístico ainda teria sido ofendida por ser negra. “Troca de lugar com a feinha aí”, escreveu um dos racistas em seu celular.
Quando o avião pousou, o grupo se levantou e promoveu uma intervenção artística, recitando uma poesia sobre violência contra negros e mulheres. Um outro passageiro, que estava na parte da frente da aeronave, chamou os envolvidos de “vitimistas” ao fim da manifestação. Os integrantes do coletivo reagiram e recitaram outra poesia em sinal de protesto. No tumulto, um dos jovens alega ter sido empurrado por um funcionário da TAM.
Assista ao vídeo da confusão desencadeada pelo ataque racista
A Secretaria Nacional de Juventude, do governo federal, emitiu uma nota de solidariedade, a TAM emitiu uma nota de repúdio ao comportamento de seus funcionários, mas o fato é que o racismo vai se exacerbando dia após dia, assim como os ataques fascistas.
Há que ressaltar que o comportamento de uma certa “esquerda” que nega a onda fascista que eclodiu no país acaba colaborando com o problema, pois, assim como a negação do racismo ajuda a dissimulá-lo, a negação do fascismo tem o mesmo efeito.
Na última sexta-feira, por exemplo, os expoentes do PSOL Wladimir Safatle e Luciana Genro divulgaram artigo do filósofo psolista publicado na Folha de São Paulo que nega que esteja em curso uma onda conservadora no país e assim, por tabela, acaba negando os surtos racista e fascista, chagas que, se não são novas em nossa sociedade, agora ganharam coragem de sair à luz do dia e, assim, vão contaminando mentes pequenas.
Menos mal, porém, que vários integrantes dessa esquerda que nega a onda conservadora estejam começando a se dar conta de sua gravidade.
Um dos exemplos da crescente conscientização desses setores da esquerda que relutam em aceitar os fatos é o petista histórico Valter Pomar. Há vários meses, em uma reunião de grupos de esquerda para discutir uma frente antigolpista, reunião da qual este blogueiro participou, Pomar desdenhou da existência de um surto fascista no país.
Semanas depois de Pomar negar o surto fascista no país, um companheiro de lutas dele foi alvo de ataque fascista. João Pedro Stédile, do MST, quase foi linchado por um grupo fascista no aeroporto de Fortaleza. Eis que, em artigoem seu blog, o petista histórico comenta a agressão ao companheiro e conclui o texto da seguinte forma:
“(…) Para alguns setores da direita, não se trata apenas de afastar Dilma, inviabilizar o PT e criminalizar Lula. Os cavernícolas querem sangue. Seu alimento é a inação e pusilanimidade que prevalecem em parte do lado de cá. A estes e a todos nós, vale lembrar: bons modos nunca derrotaram fascistas (…)”
Na manhã deste sábado (26/12), um professor da PUC-RJ que, como Safatle, Genro, Pomar e outros vinha negando o surto fascista, surpreendeu-se com um episódio insólito. Morador do Leblon, estava com os filhos em uma sorveteria quando aparece um garoto pobre, negro e vendedor de balas que pede ao professor para lhe comprar um sorvete. O acadêmico, obviamente consternado com aquela imagem da desigualdade neste país, acedeu de pronto e comprou o sorvete. Nesse momento, foi interpelado por uma madame residente no bairro, que o admoestou por ter atendido ao pedido do menino negro e pobre:
Por que o senhor está fazendo isso? Aí é que esta gente não vai embora daqui mesmo. É este tipo de gente que estraga o nosso bairro
Eis que o acadêmico, assim como Pomar, começa a enxergar que a onda conservadora e o surto fascista-rascista que essa esquerda nega é muito mais real do que poderia imaginar. E conclui seu relato com a seguinte reflexão:
“(…) Vivo criticando a esquerda por uma aparente vulgarização do termo ‘fascista’, por inúmeros motivos que aqui não cabem. Mas é fato que nossa elite nestes últimos tempos de excesso de opiniões raivosas e superficiais em detrimento de um mínimo de conhecimento e reflexão, se aproxima cada vez mais de um caminho irracional e suicida (…)”.
Sim, o surto fascista é bem real. Não se trata de dizer que o fascismo e o racismo não existiam no país, pois ditadura militar que se abateu sobre ele foi produto justamente do mais fidedigno fascismo e do nosso insólito racismo “cordial”, conhecido por todos, ainda que negado por tantos. Porém, o fascismo perdeu a vergonha, saiu do armário e está seduzindo corações e mentes, sobretudo dos jovens.
Toda essa longa explanação foi escrita para explicar por que, de uma forma estimulante e até tocante, advogados de todo país estão aderindo à formação de uma militância jurídico-advocatícia no âmbito da Frente Antifascista.
O Blog não para de receber comentários, e-mails, mensagens privadas pelo Facebook e até via What’s App de advogados querendo aderir à militância advocatícia da Frente Antifascista.
O Blog está relacionando os profissionais que concordam em trabalhar de forma voluntária para processar civil e criminalmente os autores de ataques fascistas e racistas não contra celebridades, que têm todos os meios de se defender, mas contra cidadãos comuns, que ficam impotentes pela dificuldade que há neste país em acessar a Justiça.
Como já foi explicado anteriormente, a luta jurídica contra o fascismo irá se financiar pelas indenizações que forem arrancadas dos criminosos fascistas e racistas, que formarão um fundo para financiar uma vigilância permanente contra essas ameaças à democracia e ao Estado de Direito.
Nesse aspecto, relaciono, abaixo, os novos membros da lista de advogados voluntários que atuarão na Frente Antifascista, que em 2016 estará ao seu lado, ao lado daqueles que forem vítimas dos abusos dessa direita insana que, em sua ânsia desmedida em retomar o poder, não mede consequências de seus atos.

Fonte: blogdacidadania

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