terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O grito dos incluídos




Até poucos anos atrás, mais precisamente nos governos que antecederam aos governos do Partido dos Trabalhadores, algumas cenas e manifestações no Brasil eram praticamente impensáveis do ponto de vista político. Cansei de assistir pela TV o grito dos excluídos, manifestação de todos aqueles que se sentiam a margem das políticas sociais do governo federal que praticamente eram nenhuma.

A nossa população de baixa renda vivia com as mãos na cabeça, chega o fim do salário e sobrava mês, o custo de vida altíssimo impedia que a classe menos favorecida tivesse acesso a vários bens de consumo. Pobre possuir automóvel, casa própria e outros bens necessários a sua subsistência nem pensar. Direito a entrar numa mesma universidade frequentada por estudantes de poder aquisitivo era um sonho, aqui e acolá alguém furava “essa fila” e conseguia atingir o terceiro grau, tempos negros para uma imensa população que nunca tivera até ali a atenção necessária do governo federal no tocante a uma política social voltada para os menos aquinhoados.

Quando servidor público do Poder Judiciário do Estado do Ceará, ainda na década de 80 tive a oportunidade de conhecer e presenciar, pasmem, duas justiças inseridas dentro do Fórum, a Justiça dos pobres e a dos ricos (podemos assim dizer), os processos de ambos tramitavam em cartórios separados. Tal separativíssimo judicial veio a ser extinguido com o tempo com um novo código de organização judiciária do estado do Ceará. Por aí você imagine como eram as coisas neste país.

De repente, a grande massa da população brasileira elege um Presidente oriundo da classe trabalhadora, o até hoje carismático Luis Inácio lula da Silva e, contra todo o negativismo que esperavam do seu governo, começamos a sentir e ver uma mudança radical de inclusão social jamais vista em nosso país. Jamais um Presidente tinha tido uma visão social tão profunda como teve o ex Presidente Lula. Foi do seu governo as políticas sociais que transformaram a vida de milhões de brasileiros que viviam a margem quer de seus direitos, quer no acesso aos bens de consumo e na conscientização de seus direitos.

Mas isso teve um preço, a sociedade consumista, a sociedade que jamais soubera o que era fome, as pessoas ditas da classe média alta não aceitaram até hoje que milhões de pessoas saísse da extrema pobreza e galgasse degraus sociais que até então só eram alcançados por ela (classe média alta) e, por conta disso, amparados pelos partidos de direitas que comungavam com a mesma ideologia doente, começou uma perseguição infernal ao governo do Lula e da Dilma com o fino propósito de desestabilizá-los e com isso, acabarem com as políticas sociais até então promovidas.

Que país é este?

E mais uma vez assistimos, os agora incluídos, irem pra rua defender o governo e o seu mandato contra aqueles que querem a todo custo parar o país sob os argumentos de que o PT não é um partido e sim uma quadrilha, como se todos os outros partidos fossem constituídos de políticos honestos e livre de qualquer censura. Para isso, essa parcela da sociedade de “bucho cheio” e “contas bancárias gordas” desde então tem promovido o que há de mais triste e odioso numa nação: o preconceito, a infâmia, o separativíssimo, a ganancia, o egoísmo e tudo o mais que puder cuja finalidade não é outra senão a de enfraquecer o governo atual.

Que seres são esses que não fazem a menor questão de gritar em alto e bom som todo o seu ódio contra os pobres e trabalhadores beneficiados pelas políticas sociais do governo como se os mesmo não tivessem o sagrado direito de ascender na vida e de ter acesso a uma boa comida, uma boa educação e aos bens de consumo?

Que país é este em que, uma parcela da sociedade, assiste a tudo calada, omissa e covarde seus irmãos serem preconceituados, massacrados como se os mesmos não tivessem os mesmo direitos que ela a ascender na vida socialmente e assim propiciar para sua família uma vida digna e menos sofredora como era há quase duas décadas atrás? Lamentável...


Por: Elder Pereira


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