quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Perícia diz que carta achada após morte foi escrita por mãe de Bernardo



Odilaine, mãe do menino, foi encontrada morta em Três Passos em 2010.
Família contesta versão de que mulher teria cometido suicídio.






                Após meses de exames e testes em cinco laboratórios do Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul, a perícia diz que não restam dúvidas que a carta de despedida assinada pela mãe do menino Bernardo Boldrini foi mesmo escrita por ela. Mas a Polícia Civil ainda não descarta ainda a hipótese de assassinato.
Odilaine Uglione foi encontrada morta no dia 10 de fevereiro de 2010 em Três Passos, no Noroeste do estado, dentro do consultório médico do ex-marido, Leandro Boldrini, pai e acusado da morte do filho, também achado morto em abril de 2014. Na época, a polícia concluiu que foi suicídio. A investigação sobre o caso foi reaberta em maio, a pedido da família que sustenta a tese de homicídio.
É consenso de todos os peritos, sem a sombra de dúvidas que a carta foi escrita pela Odilaine Uglione"
Cleber Müller, diretor-geral do IGP

Os peritos compararam a letra de Odilaine desenhada em vários documentos com a da carta que foi encontrada na bolsa. Apesar de laudos particulares terem indicado que a letra não era dela, os peritos explicam que ela variava a escrita de algumas letras.
“No mesmo texto ela escreve de uma forma, aqui de outra”, explica o diretor-geral do IGP, Cleber Müller. “Mais triangular, aqui mais redondado, mais alongado”, detalha.
Ao final dos exames e análises, os peritos foram taxativos. “É consenso de todos os peritos, sem a sombra de dúvidas que a carta foi escrita pela Odilaine Uglione”, sustenta Müller.
Os peritos também reconstruíram, em 3D, o crânio de Odilaine para saber se ela se matou, como concluiu o primeiro inquérito em 2010, ou se foi morta. Eles fotografaram o crânio dela em vários ângulos e levaram essas imagens para um computador. Fizeram várias simulações e traçaram uma linha a partir do local onde o projétil foi encontrado até o ponto de entrada.
A simulação revelou que o tiro também poderia ter sido disparado por uma segunda pessoa. "O exame mostra que poderia ter sido um suicídio, como poderia também ter uma segunda pessoa participado", justifica.
Na investigação, a polícia também tenta saber se no dia da morte, Odilaine e Leandro entraram em luta corporal dentro do consultório. Para isso, os peritos compararam, pela primeira vez, o material genético encontrado debaixo das unhas dela, que ficaram guardadas por cinco anos em um laboratório, com o DNA do médico. E encontraram o cromossomo Y, que só os homens possuem.
“Ele é uma mistura de dois indivíduos do sexo masculino. O exame, por si só, não tem como afirmar que é do Leandro Boldirni”, completa.
Dos cinco laudos solicitados pela polícia, quatro já estão prontos. Falta apenas o da reconstituição feita na semana passada em Três Passos.

Fonte: G1

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