Por James Walker em seu Facebook
Isso mesmo. Não acredito em seres humanos que não
cometam transgressões.
Para os "perfeitinhos", em regra beatos e
puritanos, alerto que a imperfeição humana encontra abrigo, sobretudo, na
dogmática cristã.
Somos imperfeitos e transgredimos (avançamos
sinais, sonegamos ainda que minimamente, enfim, praticamos pequenos deslizes).
Não obstante, suas transgressões são escusáveis, sob o seu próprio ponto de
vista.
Já as transgressões alheias, sim, essas são
passiveis de todo tipo de punição, inclusive a morte,.
Na ótica fascista, regra na sistemática jurídica
brasileira contemporânea, nessa quadra em que a delação é paradigma de
"prova", mesmo sem ser prova e, principalmente, sem nada provar, pois
bem, para os fascistas de plantão, as transgressões legitimam a barbárie, em
nome da defesa ideológica de uma assepsia social para extirpar o
"mal" brasileiro da criminalidade.
A barbárie é a violação reiterada da constituição,
a perseguição deliberada dos que pensam em contrário, a vulgarização da prisão
e o menoscabo ao mais fundamental dos direitos, a liberdade.
Prende-se como remédio para os mais diferentes
males, sem fatos ou argumentos válidos que revistam as prisões de legalidade,
prende-se em nome da falsa ideologia anticorruptiva, é a comprovação empírica
da persecução contemporânea do crime de heresia, brilhantemente exposto pelo
professor Juarez Tavares no Encontro da ABRACRIM.
Aos pobres essa assepsia guardou o cárcere, por
tudo ou por nada, mas como instrumento fascista e perverso de controle social,
pois quando "eles" chegarem perto, a ponto da proximidade se tornar
insuportável aos detentores do poder, restará sempre a prisão, sob os mais
esquizofrênicos argumentos - para afastar o pobre do filho do rico na
faculdade, a empregada do assento do avião - enfim, a prisão é a cura da
sociedade doente, infectada que foi pela bactéria imunda da pobreza, aos olhos
dos imundos de alma.
Mais podre é saber que, mesmo entre os pobres,
existem aqueles que perderem a dignidade e a capacidade de se revoltar,
lembrando-me Oscar Wilde ao afirmar que " A verdadeira tragédia do pobre
é que só pode aspirar à renúncia. Os belos pecados, como as coisas belas, são privilégio dos ricos".
Volto ao título, o pecado do pobre, que será sempre
crime, remete-o à condição de bandido, e bandido bom...
Já o rico, pode fazer apologia à tortura, pode
insinuar que uma mulher poderia sim, ser estuprada, mas não o será "porque
é feia", o rico, ou o empoderado, pode determinar a vida alheia, pois o
poder lhe confere esse poder sobrenatural, já o pobre, pode morrer
miseravelmente e em silêncio, no mais das vezes como estatística de um auto de
resistência, indigno de vida, parafraseando o amigo Zaccone.
De hoje por diante, toda vez que eu ouvir a frase
"bandido bom é bandido morto", pedirei imediatamente um suicídio a
quem verbalizar essa afronta ao ser humano.
A menos que o interlocutor me demonstre uma
existência imaculada, já que se a heresia é legitimadora diária de centenas de
prisões, somos todos hereges e, nessa condição, criminosos e pecadores por
presunção.
Diante disso, suicide-se !!
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