sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Juiz do Trabalho segue STF e antecipa recursos a trabalhadores da Vasp

Foto: Internet
A recente decisão do Supremo Tribunal Federal que permitiu a prisão antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, logo após a decisão em segundo grau, foi um dos argumentos utilizados na Justiça do Trabalho para determinar que uma dívida fosse quitada antes do fim do processo. No caso, o juiz Flávio Bretas Soares  determinou que sejam liberados de imediato os valores obtidos com as vendas de duas fazendas para pagar dívidas da falida Vasp.

Ao justificar a decisão o juiz afirmou: “Ora, se em esfera penal, em que o objeto é a própria liberdade da pessoa, é possível a execução da pena, com maior razão é legitima a execução total da sentença de segundo grau na esfera trabalhista, em que o executado fraudou o direito de mais de 6 mil trabalhadores”.

O juiz considerou também o fato de os trabalhadores estarem sem receber os valores devidos há mais de 10 anos, enquanto o ex-presidente da Vasp, Wagner Canhedo, e os demais devedores seguem com “razoável suporte financeiro”. Bretas Soares destaca que, apesar do seu esforço e dos demais magistrados, ainda há um total de R$ 1,6 bilhão de créditos devidos.

Chance mínima

As duas fazendas mencionadas na decisão já foram leiloadas. No entanto, os devedores questionaram a alienação no Tribunal Regional do Trabalho que negou os agravos. Segundo o tribunal, os recursos não tratam de questões constitucionais, pressuposto previsto no artigo 896, parágrafo 2º da CLT.

Apesar de ainda caber recurso ao Tribunal Superior do Trabalho, o juiz Bretas Soares determinou a execução da dívida. Para isso, além do entendimento do STF, considerou que “estatisticamente os Agravos de Instrumento nos Recursos de Revista [que não tratam de questões constitucionais] não são providos pelo TST”. Para o juiz, o objetivo dos devedores é discutir matérias já exaustivamente decididas, buscando "tumultuar" o andamento processual.

Para o advogado Carlos Duque Estrada Júnior, que representa mais de 600 ex-trabalhadores da Vasp, a decisão foi correta e serve de exemplo. “O Brasil era o único país que esperava uma decisão do terceiro grau. Em outros países nunca houve isso. Agora há uma maior efetividade”, afirma. Para ele, a decisão não trata de uma questão financeira, mas de uma questão social pois há milhares de trabalhadores que até hoje não receberam nada e nem puderam sacar o FGTS ou seguro-desemprego porque a empresa não fazia os depósitos corretamente.

O advogado elogia ainda o pioneirismo dos juízes de São Paulo: “Todos batem palmas para a penhora online, quem criou foi o TRT-2. Mais uma vez os juízes de São Paulo são inovadores. Ao usar a decisão do STF o juiz trouxe mais agilidade ao processo trabalhista, evitando assim que desapareça o patrimônio dos devedores, como acontece com frequência”.

Duque Estrada esclarece ainda que a decisão não fere a Súmula 417 do Tribunal Superior do Trabalho, que impede a liberação de recursos na execução provisória. Segundo ele, a decisão na Ação Civil Pública que reconheceu a dívida já transitou em julgado e a execução, no caso, é definitiva.

Contra a maré

A antecipação da liberação dos recursos não é o única inovação do juiz ao tentar conseguir dar um fim ao pagamento das dívidas. Em janeiro, ao decretar a penhora dos bens de Wagner Canhedo e seus filhos, o juiz Flábio Bretas Soares defendeu que os imóveis residenciais de todos sejam penhorados.

Na decisão ele afirmou que sabe que da existência de limites para a penhora, que é a dignidade da pessoa humana do devedor. No entanto, ele explicou seu entendimento, que contraria a jurisprudência dos tribunais superiores. 

“Respeitosamente aos defensores de tal vertente [de resguardar o imóvel residencial], não compartilho desse entendimento, em especial nos autos dessa Ação Civil Pública, que tem como beneficiados mais de 6 mil trabalhadores, que foram lesados pelo não pagamento de inúmeros haveres trabalhistas, inclusive verbas rescisórias. Enquanto isso, nesse exato momento, o devedor desfruta de inúmeros bens móveis e imóveis, muitos deles alugados, lhe permitindo ter uma vida de luxo que a esmagadora maioria dos credores não tem”, afirmou o juiz.

Assim, considerando que no caso deve prevalecer a dignidade dos credores, e não do devedor, o juiz Flávio Bretas Soares afirmou que em seu entendimento todos os bens, inclusive os imóveis residenciais, deveriam ser penhorados.

Contudo, para evitar maiores incidentes processuais, o Bretas Soares não determinou a penhora das residências. Em compensação, penhorou e determinou a remoção todos os bens que estão nos imóveis, inclusive veículos, com "exceção daqueles destinados a um patamar mínimo civilizatório". Wagner Canhedo e seus familiares ingressaram com Mandado de Segurança contra essa decisão, no entanto, somente um de seus filhos (Cesar Antonio Canhedo Azevedo) obteve liminar parcialmente concedida e conseguiu que os bens penhorados não fossem removidos da residência. Os demais tiveram os pedidos negados.

Clique  aqui para ler a decisão que antecipou a liberação dos recursos.
Clique  aqui para ler a decisão que determinou a penhora de bens.

ACP 00507.2005.014.02.00-8; MS 1000344-26.2016.5.02.0000; MS 1000336-49.2016.5.02.0000; MS 1000337-34.2016.5.02.0000; MS 1000339-04.2016.5.02.0000.

 é repórter da revista Consultor Jurídico.


Fonte: Conjur

“QUEM ESTÁ COM MEDO SOU EU”, DIZ MIRIAN DUTRA AO DCM APÓS NOTÍCIA FALSA DE SUA MORTE NO FACEBOOK


Mirian Dutra entrou em sua página no Facebook para desmentir a “notícia” de sua “morte”.

O texto, postado em sua conta, dizia, em espanhol: “Lamentamos informar que la Sra Mirian Dutra Schmidt ha fallecido hoy en Madrid. Rogamos una oración por su alma.”

Alguém invadiu seu Facebook. “Loucura! Estava fazendo exames! Ainda não morri!”, escreveu a jornalista. “Alguém postou”.

Ela falou com o repórter Joaquim de Carvalho, do DCM.

Mirian está internada no Hospital Quirón, em Madri, desde quarta-feira, com crise de fibromialgia. Não é nada grave, segundo ela, mas o médico pediu exames gerais e, por isso, ela teve de ser hospitalizada. Hoje cedo, com o telefone colocado no modo avião na gaveta do quarto, muita gente tentou falar com ela, mas não conseguiu, exceto o filho, Tomás, que viu a falsa nota da morte dela, em sua página no Facebook, e ligou para o hospital, porque sabia que ela estava lá.

“Uma enfermeira veio ao quarto e perguntou: ‘Você tem um filho chamado Tomás? Ele está no telefone e quer falar com vocês. Atendi, e o Tomás estava muito agitado e me contou que tinha lido esta nota. “Hackearam a minha página, que maldade, que crueldade”, disse.

Alertada, ela tirou o celular do modo avião e começou a atender às chamadas, entre elas a minha. “Tem muita gente me ligando.  Avisa todo mundo que eu estou viva. Viva!”, disse, num tom mais alto e firme.

Você acha que pode ter sido algum tipo de ameaça?

“Agora quem está ficando com medo sou eu. Tão publicando muita foto do Tomás na internet, tirando do meu Facebook sem minha autorização, mexendo com a minha vida. Não gostei do que fizeram no meu Facebook. É coisa de hacker. Mas ameaça… Será?” Mirian deve sair do hospital até domingo, depois que concluir os exames.


Advogado salva casamento de cliente com um bilhete e vira herói na web


O advogado Rafael Gonçalves, de São Sebastião do Paraíso (MG), virou uma verdadeira sensação nas redes sociais após compartilhar em seu perfil no Facebook uma história, no mínimo, inusitada. Ao ser procurado por uma mulher que buscava o divórcio do marido, Rafael notou que havia no depoimento dela uma ligação ainda forte entre o casal. 

“Tratava-se de um momento de conflito único e aquela decisão, ao meu ver, era precipitada! Mas quem sou eu pra interferir na vida alheia? Quem sou eu pra meter a colher na relação do casal? Quem sou eu pra julgar a decisão de ambos?”, escreveu o advogado em seu post.

Como de praxe, Rafael pediu à futura cliente os documentos necessários para dar entrada no processo de divórcio, mas adicionou quatro perguntas que poderiam trazer uma reflexão à mulher. “Fiz um pequeno questionário após solicitar os documentos e pedi que a moça respondesse as 4 perguntas a si mesma. Se após responder e analisar a situação com calma, longe do turbilhão de informações que estava lhe passando pela cabeça naquele instante, ainda assim resolvesse se divorciar, que bastava me trazer a documentação e eu botaria um fim naquela história!”, afirmou Rafael em seu Facebook.

“Aprendi ainda na faculdade que devo resolver conflitos, orientar as partes antes da decisão de partir pro campo jurídico. Assim fiz!”, completou o rapaz, em seguida relatando o desfecho feliz do caso. Nesta quarta-feira, o casal voltou ao escritório de Rafael, devolveu a anotação que o advogado havia deixado com a mulher, dispensou seus serviços e agredeceu os conselhos. “Perdi a cliente, mas ganhei um casal de amigos. São coisas simples da vida que valem a pena”, finalizou Rafael.


Fonte: globo

Condenan por primera vez a un torero por maltrato animal


A raíz de una denuncia interpuesta por el Observatorio Justicia y Defensa Animal ante la Fiscalía de Medio Ambiente de Cádiz, el torero José Antonio Canales Rivera ha sido condenado tras reconocer los hechos, por el Juzgado de Instrucción nº 1 de Puerto Real (Cádiz) como autor penalmente responsable de una falta de maltrato animal, al pago de 600 euros. Que se tenga constancia, se trata de la primera vez que un torero ha sido condenado por maltrato animal.

E I caso se remonta al pasado mes de febrero cuando, en una de las cuadras de un club hípico de la provincia de Cádiz, un caballo sufrió diversas lesiones en su hocico. El animal presentaba sangrantes y profundas heridas con forma de media luna encima de su nariz. Según testigos presenciales, las mismas traían su causa en la utilización de las denominadas “serretas vivas”, unos abusivos y crueles instrumentos de castigo fabricados con pinchos de hierro que se colocan directamente sobre la piel del hocico del caballo.

Según los expertos, estos artilugios oprimen violentamente al animal de modo que al mínimo movimiento contrario a la voluntad del jinete, al caballo se le clavan los punzantes dientes de hierro en su hocico, una zona especialmente sensible ya que cuenta con numerosas terminaciones nerviosas.

Celebramos que la sociedad en su conjunto avance y cada vez esté más sensibilizada con el maltrato animal, de modo que el sufrimiento de los animales no resulta indiferente y, cada vez con mayor normalidad, sean los propios ciudadanos los que pongan en conocimiento de las autoridades y de las entidades de defensa animal como la nuestra los casos de posibles maltratos de los que sean testigos.

Ecoportal.net

El Diario



Fonte: ecoportal

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Justiça Federal decide que enfermeiros não podem exercer atividade de farmacêuticos


Ação civil pública foi proposta pelo Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul

Nenhum órgão público ou privado no país pode designar enfermeiros para exercer atividades de farmacêuticos (afirmação do O Tablóide). A decisão é da 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que confirmou sentença em ação proposta pelo Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren/RS), mas vale para todo o país. A ação civil pública foi ajuizada para impedir que o município de Uruguaiana (RS) de colocar profissionais de enfermagem para fazer a dispensação de medicamentos em unidades de saúde locais.

A ação foi proposta após a fiscalização constatar que profissionais de enfermagem estavam praticando a atividade. A dispensação é o ato de fornecer um ou mais medicamentos a um paciente, normalmente como resposta à apresentação de uma receita elaborada por médico ou dentista. A tarefa costuma ser realizada em farmácias e é vedada ao profissional de enfermagem, de acordo com a Lei 7.492/86.

A 2ª Vara Federal de Uruguaiana concedeu liminar em maio de 2014, determinando a imediata suspensão da prática sob pena de multa diária de R$ 800. A decisão foi confirmada no julgamento de mérito do caso, levando a prefeitura a recorrer ao tribunal. O Município corrigiu a irregularidade e tentou desistir da ação após a concessão da liminar, requerendo a extinção do processo sem resolução do mérito.

Entretanto, a desembargadora federal Marga Inge Barth Tessler, responsável pela relatoria do processo no TRF-4, reforçou em seu voto os argumentos da sentença. Para ela, o fato de o réu, por força da liminar, ter comprovadamente retirado da enfermagem o papel de dispensação de medicamentos não conduz à extinção do processo sem julgamento de mérito. Conforme a decisão de primeiro grau, “a prática daquela conduta pelo profissional ligado à área de enfermagem consubstancia, na prática, desrespeito aos termos da Lei 3.820/60 e da Lei 5.991/73, diplomas que estabelecem que tal atividade é privativa dos profissionais farmacêuticos”. A decisão foi unânime.



Delegacia de defesa de direitos humanos no PI não consegue nem telefonar

Violação de direitos humanos no Piauí atinge principalmente os travestisGetty Images

Guilherme Azevedo
Do UOL, em São Paulo

A delegacia responsável por investigar casos de desrespeito aos direitos humanos no  Piauí  sofre com a falta de dinheiro. Segundo Emir Maia, delegado-titular da Delegacia de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias, os telefones não ligam para fora, isto é, fazem apenas chamadas internas. Também faltam carros e equipamentos.

A equipe é reduzida, formada por oito pessoas no total: Maia, um escrivão e seis investigadores.

"Apesar de todo o compromisso do governo do Estado, essa carência dificulta o processo célere das demandas policiais. Mas isso não é privilégio do Piauí, é comum a todos os Estados", diz o delegado.

Com sede em Teresina, a delegacia foi criada pelo governo estadual em agosto de 2005. Segundo Maia, as denúncias que mais crescem são as de tortura (por abuso de autoridade e em presídios) e de injúria racial pela população negra.

Mas o principal alvo de violação de direitos no Estado são os travestis. Os casos, entretanto, são difíceis de investigar, segundo o delegado, porque as vítimas mudam constantemente de endereço e de nome social. Por isso ele diz valorizar a ronda noturna para prevenir ataques contra esse grupo.

Arte/UOL


Denúncias sem endereço da vítima

Os registros encaminhados pelo  Disque 100, serviço para acolher, analisar e encaminhar denúncias de violação de direitos, recebidos normalmente no Piauí via correio, apresentam muitas vezes uma dificuldade: a ausência de endereço das vítimas. Sem essa informação, é grande a chance de o caso notificado não ir adiante.

Na quinta-feira (18), a reportagem do UOL entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública do Piauí para questionar sobre a condição precária da delegacia.

Em nota, o órgão respondeu que a delegacia "recebe anualmente suprimento de fundo para a manutenção básica da estrutura" e que, nos próximos meses, será "transferida para um complexo que abrigará a Delegacia da Mulher e Delegacia do Idoso em um espaço cedido pelo governo do Estado".

A secretaria informa ainda que "o delegado responsável possui dois telefones para o recebimento e realização de ligações locais e interurbanas, 0/xx/86/3215-4200 e 0/xx/86/99452-4200, e que não foi notificada sobre qualquer problema".

O UOL tentou falar várias vezes na tarde de terça-feira (23) nesses números, mas ninguém respondeu.

Serviço:

Delegacia de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias do Piauí - rua 24 de Janeiro, 500, centro, Teresina - tel. 0/xx/86/3216-5256


Fonte: uol

Negros e nordestinos são principais vítimas de discriminação em SP

A delegada-titular Daniela Blanco e o chefe dos investigadores Nelson Collino Jr., na sede da Decradi, em São Paulo

Guilherme Azevedo
Do UOL, em São Paulo

Mais de dois terços dos inquéritos instaurados no ano passado pela Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo) se originaram de denúncias de discriminação de raça, cor, etnia e procedência nacional. Foram 87 casos dessa natureza investigados em 2015, de um total de 125.

"A maior parte dos crimes que investigamos aqui é de cunho racial. Principalmente contra negros e, em segundo lugar, nordestinos", afirma a delegada-titular, Daniela Blanco.

A Decradi foi criada no início dos anos 2000 e é a única de seu gênero no Estado de São Paulo. Apesar de já ter investigado casos com pessoas famosas,  incluindo o da apresentadora da TV Globo Maria Julia Coutinho, os serviços prestados pela delegacia ainda são pouco conhecidos pela população. Isso também acontece em Estados com delegacia semelhante, como o Pará.

Arte/UOL


A Decradi fica no terceiro andar do edifício-sede da Polícia Civil paulista, no bairro da Luz, centro de São Paulo. É chefiada por Daniela Blanco, a delegada-titular, com o auxílio da delegada-assistente Barbara Lisboa Travassos, três escrivães e nove investigadores. Atende especificamente vítimas e investiga denúncias de crimes de racismo, injúria racial (contra afrodescendentes e estrangeiros, por exemplo), homofobia, preconceito e intolerância (incluindo a religiosa).

Segundo a legislação brasileira, crime de racismo é uma coisa e injúria racial é outra. Racismo é ofender e discriminar toda uma coletividade ou grupo de indivíduos. Preconceito contra a coletividade dos judeus ou dos umbandistas, por exemplo, é um crime de racismo, como define a Lei nº 7.716/1989.

A apresentadora Maria Júlia Coutinho, do "JN", foi vítima de injúria racial

Ofender a honra de alguém utilizando elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem é tipificado como injúria racial, conforme inscrito no Código Penal brasileiro (artigo 140, parágrafo 3º). As ofensas racistas à apresentadora da Globo foram tipificadas, portanto, como injúria racial. Uma lei que criminalize a homofobia, especificamente, ainda não existe no Brasil.

O racismo é considerado mais grave do que a injúria racial. O racismo é crime imprescritível (não se extingue com o tempo) e inafiançável, enquanto a injúria racial prevê reclusão de um a três anos e multa, dependendo da formalização da denúncia pela vítima.

Arte/UOL


Sensibilidade

Na Decradi, o cuidado com a forma de tratamento da vítima é uma distinção,  segundo o chefe dos investigadores, Nelson Collino Júnior, ali desde 2005. "Quando alguém chega e fala do preconceito que sofreu, aquilo toca a gente, porque se sabe como é a realidade disso. Então damos uma resposta para a pessoa um pouco mais direcionada para aquele problema que ela está vivenciando", diz.

Ele diz orientar sua equipe "a tratar cada caso como um caso diferente". Normalmente acompanha a vítima até o local da denúncia, para que ela identifique exatamente onde foi a ocorrência e se possa fazer levantamento de imagens de câmeras. "A gente busca não diria confortar a vítima, mas mostrar que foi cometido um crime e é de interesse da polícia desvendá-lo."

Arte/UOL


Na avaliação da delegada Daniela Blanco, que trabalha na Decradi desde 2007, os casos mais graves eram vinculados a grupos de intolerância até mais ou menos 2008. "Devido ao nosso trabalho de identificação dos integrantes e até de sua prisão, a atuação desses grupos diminuiu. Em contrapartida, não se tinha tantos crimes na internet como hoje."

As denúncias de casos de intolerância no Facebook são as mais numerosas, seguidas por Twitter e Instagram. "Não digo que o problema é o Facebook, é quem usa o Facebook", afirma Blanco.

Arte/UOL


Investigação digital

A investigação de crimes pela internet difere da tradicional por ser feita basicamente na delegacia. Inclui pesquisa do perfil da pessoa, confronto dessas informações com sistemas policiais, eventual requisição de informações ao juiz para conseguir dados sigilosos e rastreamento de quem é o responsável por aquela conta ou postagem criminosa.

"O caminho é um pouco mais longo", diz, "mas não menos eficiente". "As pessoas acham que, por ser na internet, [a investigação] não vai chegar [até a elas], mas, pela nossa experiência aqui, a investigação chega, sim."


Pela conta do Instagram do jogador, ela expressou sua indignação com a má campanha do time no ano chamando o atleta de "macaco", "negro safado" e "otário vagabundo". Michel Bastos foi à Decradi e denunciou os comentários. A torcedora, moradora do interior paulista, foi identificada pelo perfil do Facebook e convocada a prestar esclarecimentos. Teve de pedir desculpas.

"Não que a pessoa seja racista 24 horas, ela não é de um grupo de intolerância, que perpetua e divulga sua ideologia para angariar outras pessoas no mesmo sentido. Foi uma opinião que ela mesma externou diretamente para ele. A coisa do racismo está embutida na cabeça do brasileiro", avalia Collino Júnior. "O Brasil é um país racista envergonhado."

De olho nos grupos de intolerância

A Decradi de São Paulo também se tornou referência numa especialidade: o monitoramento de grupos de intolerância. Faz um trabalho ativo para acompanhar grupos já reconhecidos, entre eles neonazistas e nacionalistas, e para identificar novas agremiações.

Com os dados coletados ao longo dos anos, tanto de casos seus como de outras delegacias, montou um banco disponível para toda a rede de segurança pública do Estado de São Paulo, incluindo imagens de integrantes.

"Talvez esse seja o nosso trabalho mais importante: o setor de inteligência para rastrear novos grupos, quem os integra, onde se concentram, que lugares frequentam, que roupas usam, que tipo de tatuagem, qual a ideologia", descreve a delegada. "A intolerância deles não é só contra homossexual e negro. Ultimamente, os casos mais graves que temos são de confrontos entre os próprios grupos por ideologia diferente."

Um crime desse tipo foi elucidado pela delegacia no ano passado. Um jovem que fora punk, tinha virado skinhead e tinha fama de abusar de garotas. Ele acabou sendo morto com mais de 20 facadas na zona sul. A investigação chegou a sete envolvidos no crime (quatro adolescentes e três adultos), que foram apreendidos ou presos.

Sobre a falta de recursos, relatada em delegacias contra crimes raciais  no Pará e no Piauí, a delegada diz estar bem atendida. "Recebemos carros novos neste mês, temos computadores, o número de policiais é suficiente para nossa demanda."

Já para Nelson Collino Júnior, contudo, o que falta é ter continuidade do caso, após o registro do boletim de ocorrência. Mas muitas vítimas não vão adiante com a abertura do inquérito (o BO, sozinho, não basta para abrir investigação). A consequência disso, segundo ele, é que não se muda a cultura da população.

Serviço:

Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) - rua Brigadeiro Tobias, 527, 3º andar, Luz, tel. 0/xx/11/3311-3556 e 3315-0151 (r. 248)


Fonte:uol

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Golpe no WhatsApp promete videochamadas para espalhar vírus no celular

O golpe no WhatsApp tem origem no Brasil e foi revelado por uma empresa russa

A tática utilizada pelos cibercriminosos faz com que os usuários forneçam o seu número de celular e que repassem o falso convite para seus contatos

Se você receber um convite para uma videochamada no WhatsApp, cuidado! De acordo com a empresa de segurança digital russa Kaspersky Lab, existe uma mensagem sendo replicada entre os usuários do aplicativo com a promessa de ativar

o recurso de videochamada, mas ainda não existe esse mecanismo na plataforma.

Na verdade, tudo se trata de um golpe com origem no Brasil e denunciado pela empresa russa nesta segunda-feira, 22.

A mensagem, chega por meio de algum contato conhecido, aparece com um link. Ao clicar o usuário é direcionado a uma página com formato específico para dispositivos móveis e que solicita o número de telefone para continuar.

Atenção nas mensagens suspeitas que você receber no aplicativo

"Com essa informação os criminosos podem inscrever a linha em serviços premium, que irão cobrar taxas das vítimas, diminuindo o saldo da linha ou enviando a cobrança na conta mensal", informou Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.

Em seguida, o usuário é incentivado a preencher um formulário. O site criminoso informa que é preciso convidar dez amigos para a novidade. Esse artifício permite que o golpe se espalhe rapidamente para infectar celulares com WhatsApp.

Depois de convidar os dez amigos, o usuário é direcionado para uma série de ofertas de apps de origem duvidosa, que podem prejudicar a segurança do celular.

O golpe repete uma ação já realizada em outros episódios. Para Fabio Assolini, isso mostra que os crimes anteriores foram bem-sucedidos e que os hackers seguem com a mesma estratégia para invadir aparelhos.


Fonte: opovo

Resistir é preciso


CHICO VIGILANTE
Deputado, líder do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal

O jornalista Jorge Bastos Moreno, um dos principais analistas políticos do Globo, há 30 anos na lida do jornalismo, navega muito bem entre as fofocas do Congresso Nacional e os poderosos da Corte mas está longe de ser capaz de fazer uma análise política séria quando se trata de prever a participação popular nos destinos da Nação.

Ele estava no curso de Comunicação da UnB na década de 1970 quando o movimento estudantil se reinflamou com força, em Brasília e em todo o país, até ser sufocado pelo Exército na invasão do campus, em 1977. Apesar disso Moreno não aprendeu muito sobre resistência. Que pena!

É isso que a juventude brasileira está fazendo. Se preparando para resistir à tentativa da direita de descontruir a imagem de Lula, de derrubar Dilma via impeachment ou cassação da chapa Dilma/Temer; de acabar com o PT via condenação indiscriminada de seus líderes.

A militância do PT é aguerrida, cresce nos momentos de crise, a exemplo do aumento no número de militantes ocorrido na época do Mensalão.
Em nota no Twitter Moreno demonstra sua indignação e surpresa com os dados de crescimento do Partido dos Trabalhadores, fato que qualifica de “fenômeno incompreensível”.

“Nem na época de ouro do PT ocorreu tal fenômeno. Desconheço explicações que justifiquem. Deveria estar acontecendo o contrário, ou seja, saída em massa”, palpitou.

Mas Moreno está equivocado. Ao contrário do que prega a direita oposicionista brasileira, a saída para a crise não se delineará por meio das instituições de controle, ou o fortalecimento de Super Moros.

Moro pode querer prender todo mundo, em tempo recorde desrespeitando a Constituição, mas isso não vai mudar os problemas estruturais que o país tem.

Onde está a saída? A saída se encontra na politização da população, na participação dos movimentos sociais, dos estudantes, dos sindicatos nos grandes debates sobre o futuro da Nação.

A proposta de reconstrução do projeto democrático do Brasil é papel dos políticos e a juventude brasileira entende isso. Esta é a razão pela qual se filia majoritariamente ao PT. Para participar e arejar as grandes decisões.

A nota de Moreno não tem nada de surpreendente. Com sua ótica de direita ele, mesmo confuso com os fatos, está cumprindo o papel que sempre cumpriu de alertar seus cupinchas sobre os movimentos do inimigo.

Realmente o número de filiados ao Partido dos Trabalhadores é ascendente. Saltou de 1.054.671 para 1.585.021 em todo o país, o equivalente a uma variação positiva de 50,3% entre 2005 e 2015, segundo dados do TSE.

Para o desespero de Aécio Neves, em Minas Gerais, nos últimos 12 anos, o partido cresceu 40,7%, entre 2005, e 2016.

Alguns dirão: não é apenas o Partido dos Trabalhadores que cresce, esse é um fenômeno nacional. Sim, os outros cresceram mas nada comparável aos níveis do PT.

Ao contrário do que prega a grande mídia familiar brasileira, os momentos de crises são bons, são enriquecedores. Nos leva a um patamar mais elevado de compreensão da história política e social do Brasil.

Nos últimos dois anos o país passa por um período salutar de escancaramento de verdades, antes não colocadas na mesa por se acreditar que as pessoas não estavam preparadas para entender.

Pois estão sim, e cada vez mais, entendendo a estratégia orquestrada entre setores da Justiça, do Congresso Nacional e da mídia familiar para minar a possibilidade de continuidade do projeto petista de crescimento com eliminação das desigualdades sociais no Brasil.

O crescimento do PT e a defesa do partido feita por seus militantes nas ruas e nas mídias sociais, mesmo diante do poderoso massacre da mídia, é uma prova incontestável disso.


Fonte: brasil247

Conselho autoriza justiça a retomar investigação sobre Lula e tríplex

© Fornecido por Notícias ao Minuto

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) derrubou nesta terça-feira (23) uma decisão liminar (provisória) proferida na semana passada pelo conselheiro Valter Shuenquener que suspendeu uma investigação sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suposta ocultação de patrimônio, relativa a um apartamento triplex no Guarujá (SP), informou o "G1".

Além de autorizar a retomada das apurações, a decisão também manteve à frente do caso o promotor Cássio Conserino, que anunciou, em entrevista à revista "Veja", que já tinha elementos para denunciar o petista, a quem atribui a verdadeira posse do imóvel.

O apartamento também é objeto de investigação da Operação Lava Jato, por suspeitas de que a empreiteira OAS ­ que já teve dirigentes condenados por corrupção na Petrobras teria bancado reformas como favor ao ex-presidente. A defesa de Lula nega que ele seja o dono e que teve apenas a opção de compra pela cooperativa de bancários Bancoop, desistindo do negócio em 2014.

Na sessão desta terça, o CNMP analisou pedido do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) para encaminhar a investigação para outro promotor, alegando que o caso foi remetido para Conserino de maneira “encomendada”. O pedido levou à suspensão de um depoimento que Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia prestariam na última quarta (17) sobre o caso.

Relator do pedido no CNMP, o conselheiro Valter Shuenquener considerou irregular a forma como a apuração sobre Lula foi iniciada por Conserino, por contrariar o princípio do “promotor natural”, norma que obriga novas investigações a serem iniciadas por “livre distribuição”.

Ao final, porém, o relator votou para que o caso de Lula fosse mantido com Conserino para não haver anulação dos atos já adotados na apuração, em favor da “segurança jurídica”. Seu voto foi acolhido na íntegra por unanimidade entre os membros do CNMP. O pedido para mudança de promotor aponta que a apuração foi iniciada em agosto do ano passado a partir de uma representação apresentada por três advogados diretamente a Conserino.

Por isso, Shuenquener recomendou que todas as futuras investigações sejam alteradas, para evitar arbitrariedades. “O princípio do promotor natural pressupõe que todo cidadão tenha direito de ser investigado e acusado por órgão independente, escolhido conforme prévios critérios abstratos e não casuisticamente”, afirmou. Shuenquener, porém, votou para que o Ministério Público de São Paulo superviosionasse a investigação, para apurar se houve "excesso" de Conserino em sua entrevista à revista "Veja" e outras manifestações para a imprensa.

Segundo o "G1", o relator do caso no CNMP, Valter Shuenquener foi o primeiro a se manifestar sobre o caso, em voto de uma hora e meia. Antes dele, a Confederação Nacional do Ministério Público (Conamp) e a Associação Paulista do Ministério Público (ANMP) se manifestaram pela manutenção de Conserino no caso.


Fonte: MSN