Médico Álvaro Ferreira da Silva, morador de Palmas, no Tocantins, ignorando a dor da mãe enlutada, telefona para a mesma, isto, um dia após o crime e simplesmente declara: - Essa Lei Maria da Penha é fraudulenta!
Médico é preso num dia, solto no outro, no dia seguinte mata a mulher, liga para a mãe da vítima e diz que Lei Maria da Penha é fraudulenta!
Um caso diferenciado bate às portas do Judiciário brasileiro, intriga e choca a sociedade, principalmente as mulheres, por escarnecer da seriedade da Lei Maria da Penha, remontando, por conseguinte, a inquestionáveis questões, tais como:
- O que mais é preciso fazer para inibir/coibir os alarmantes e altíssimos índices da Violência Contra a Mulher no Brasil?
A Lei Maria da Penha 11.340/2006 tem sofrido, no decorrer dos anos, constantes alterações; com regras, ao meu ver, cada vez mais rígidas; e, mesmo assim, os crimes continuam crescendo, crescendo...
A nova que chega à mídia retrata mais um caso terrível e, como não bastasse, o agressor, após cometer mais um feminicídio que deve, por certo, figurar nos índices oficiais de crimes praticados contra a Mulher, o médico Álvaro Ferreira da Silva, morador de Palmas, no Tocantins, ignorando a dor da mãe enlutada, foragido, quiçá, rindo da situação, telefona para a mesma, isto, um dia após o crime, e simplesmente declara:
- Essa Lei Maria da Penha é fraudulenta!
O Diário de Pernambuco de hoje assevera que:
Na noite desta segunda-feira (18) a professora Danielle Christina Lustos Grohs foi achada morta dentro de casa em Palmas, no Tocantins. De acordo com informações do portal G1 TO, o marido da pedagoga, o médico Álvaro Ferreira da Silva, é o principal suspeito do crime e está foragido. Álvaro havia sido preso no sábado (16) e foi solto em audiência de custódia no domingo (17). Edson Monteiro de Oliveira Neto, advogado de Danielle, afirmou que a professora já havia sido ameaçada de morte várias vezes pelo médico. O corpo da mulher foi achado de bruços na cama, com sinais de enforcamento. A polícia foi acionada pelo próprio defensor, que passou o dia tentando entrar em contato com Danielle sem sucesso.
Relacionamento
Danielle e Álvaro viveram juntos de 1997 a 2016. Irritado com a separação ocorrida no ano passado, o médico chegou a ordenar que a água do ímovel onde a ex-mulher morava fosse desligada. De acordo com informações, no dia 16 ele invadiu a casa e tentou esganar a ex-mulher, quando foi preso em flagrante. Na delegacia, a professora disse ainda que Álvaro descumpriu uma medida protetiva que o obrigava a não se aproximar dela.
Soltura
Apenas um dia depois de ser preso, Álvaro foi levado para audiência de custódia. A promotoria pediu que ele seguisse detido, porém o juiz Edimar de Paulma, após ouvir o suspeito, determinou que a detenção não era necessária e ordenou que ele fosse solto sem pagar fiança. Em depoimento, o médico negou que tinha agredido a ex.
Segundo a polícia, na segunda-feira, o médico voltou para a casa de Danielle e a matou. Na terça, o foragido enviou mensagens para Simara Lustosa, sua ex-sogra, afirmando que já saiu de Palmas e que considera a Lei Maria da Penha, instrumento para proteger mulheres de agressões de companheiros, "fraudulenta".
A mãe da vítima viajou para o velório da filha em Palmas nesta quarta. Após o velório, o corpo de Danielle será levado para Curitiba, no Paraná, onde acontecerá outra cerimônia para a família e depois o sepultamento.
Revolta
Familiares e amigos usaram as redes sociais para lamentar a perda. O irmão de Danielle, Gabriel Grohs, relembrou mensagem enviada momentos antes da morte. "Vai ficar na memória eternamente sua última mensagem (Amo você) provavelmente umas das últimas que conseguiu enviar minutos antes de partir. Que Deus te receba, e que a Justiça seja feita aqui na terra". Um amigo, José Vieira, relembra a última conversa com a professora. "No sábado, na parte da tarde, eu não sei que horas, teve um problema entre eles aqui. Ela foi agredida. Ela ligou para mim no domingo, nós conversamos, ela falou desse episódio. Simplesmente, deixou de atender o celular, não compareceu ao trabalho e lamentavelmente o desfecho é esse que você está vendo".
Diante da estarrecedora notícia, em face de evidente ato de selvageria de um médico em face de uma professora (atentem para as profissões), tendo, a articulista deste texto, em mãos, em mente e no papel, pleno conhecimento de uma Lei rígida como a Maria da Penha, torna-se impossível não refletir sobre o caso em tela, e perguntar:
- O que mais falta fazer para evitar que casos como o da professora Danielle não se repitam?
Do lado de cá, meneio a cabeça, engulo uma seca saliva, franzo a testa, mordo os lábios, perco-me em pensamentos e, entristecida, emudeço!
Fonte: jusbrasil
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