O jornalista Reinaldo Azevedo acabou de divulgar, em seu programa O É da Coisa, na Rádio Band News FM, um trecho inédito de conversa entre procuradores da Lava Jato. Essa conversa está relacionada a uma resposta que Moro deu ontem em seu depoimento na CCJ do Senado Federal.
Quando perguntado sobre o fato de ter orientado os procuradores em relação aos processos da Lava Jato, em especial o do ex-presidente Lula, Moro respondeu que suas colocações não surtiram efeito prático. As mensagens reveladas hoje mostram o contrário.
Nos primeiros vazamentos, Moro disse que não seria interessante que a procuradora Laura Tessler participasse da inquirição do ex-presidente:
Moro – 12:32:39. – Prezado, a colega Laura Tessler de vcs é excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar uns conselhos a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem. Favor manter reservada essa mensagem.
Dallagnol – 12:42:34. – Ok, manterei sim, obrigado!
Conforme revelou Azevedo, os novos trechos mostram as conversas entre Dallagnol e demais procuradores para alterar a escala da procuradoria. Resultado: Laura Tessler ficou de fora.
“Isso é gravíssimo. Existem as leis e existem os códigos. E essas revelações mostram que não houve o devido processo legal”, disse Reinaldo. A revelação é uma parceria de apuração do É da Coisa com o The Intercept Brasil.
O Ministério da Justiça mandou uma nota ao programa, minutos antes do término, dizendo não reconhecer o teor das mensagens e afirmando ser fruto de ato ilícito. Mais do mesmo.
Abalando a república há duas semanas
Desde o dia 09 junho, The Intercept Brasil vem publicando uma série de reportagens explosivas que mostram discussões internas e atitudes altamente controversas, politizadas e legalmente duvidosas da força-tarefa da Lava Jato, coordenada pelo procurador renomado Deltan Dallagnol, em colaboração com o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, celebrado a nível mundial.
Produzidas a partir de arquivos enormes e inéditos – incluindo mensagens privadas, gravações em áudio, vídeos, fotos, documentos judiciais e outros itens – enviados por uma fonte anônima, as reportagens revelam comportamentos antiéticos e transgressões que o Brasil e o mundo têm o direito de conhecer.
Devido ao material, o ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro foi ao Senado Federal ontem, para tentar explicar o inexplicável.
Fonte: blogdacidadania
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