Nesta quarta-feira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) apareceu
pela segunda vez na Operação Lava Jato; na primeira, quando foi citado pelo
doleiro Alberto Youssef como responsável pela montagem de um 'mensalão' em
Furnas, durante o governo FHC, o procurador-geral Rodrigo Janot pediu o
arquivamento do seu caso; agora, a denúncia é mais recente: um entregador de
dinheiro de Youssef diz ter levado R$ 300 mil a um diretor da UTC, para que
este depois repassasse a propina ao senador tucano, em 2013; agora, Janot, que
prometeu bater "tanto em Chico como em Francisco", poderá pedir um
segundo arquivamento ou terá a oportunidade de esclarecer o caso ouvindo o
"Miranda da UTC", que mencionou o presidente nacional do PSDB.
Numa de suas delações premiadas, feitas em 2014, o doleiro Alberto Youssef, afirmou que seu padrinho na política, o ex-deputado José Janene, do PP, dividiu uma diretoria em Furnas com o senador Aécio Neves. Por meio dessa diretoria, ocupada pelo tucano Dimas Toledo, pagou-se, durante o governo FHC, um mensalão a diversos deputados federais.
Na
delação, Youssef afirmou que ia constantemente a Bauru (SP) receber recursos da
ordem de US$ 100 mil mensais em nome de Janene – o dinheiro era pago por meio
da Bauruense, uma fornecedora de Furnas. Ele afirmou ainda que Aécio seria
beneficiário desse esquema. As afirmações foram feitas tanto na delação (leia
aqui) como no Congresso (leia aqui).
Essa
denúncia só veio a público quando o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, decidiu pediu o arquivamento da investigação relacionada a Aécio. Nela,
Janot fez uma ressalva. Disse que o caso poderia ser reaberto se surgissem novas
evidências relacionadas ao tucano.
Nesta
quarta-feira, o nome de Aécio apareceu numa segunda delação. Desta vez, do
maleiro Carlos Alexandre de Souza Rocha, que entregaria dinheiro em nome de
Youssef. Rocha afirmou ter levado um pacote de R$ 300 mil para um diretor da
empreiteira UTC no Rio de Janeiro, chamado de "Miranda", que teria
como destinatário final o senador tucano.
Chico
e Francisco
Diante
da nova acusação, que Aécio diz ser "fantasiosa", o procurador Janot
será pressionado por parlamentares governistas a reabrir o caso sobre o tucano.
Até porque ele próprio sinalizou que seu lema, no comando do Ministério Público
seria "pau que bate em Chico também bate em Francisco".
Um
caminho óbvio e natural de investigação foi indicado pelo jornalista Fernando
Brito, editor do Tijolaço. "Miranda, que é apontado pelo próprio
Ministério Público como o responsável pelos “acertos” de propina com o PMDB na
obra de Angra 3, seria, por óbvio, o próximo passo de qualquer investigação
séria. Mas Miranda, ao que se saiba, não foi preso nem deixado mofar na cadeia
até que entregasse os chamados 'agentes políticos', é claro", diz ele
(leia aqui).
Ontem,
em seu Facebook, Aécio postou a seguinte mensagem: “O que vai nos tirar dessa
crise é a solidez das nossas instituições. O PSDB está ao lado da Justiça
brasileira, do Ministério Público, da Polícia Federal e do Congresso Nacional,
na defesa da democracia e do retorno da ética como instrumento de ação
política”.
A
bola, agora, está com Janot.
Fonte:
brasil247
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