A pressão do governo israelense de Benjamin
Netanyahu não sensibilizou o governo brasileiro, que deverá rejeitar a
indicação do nome de Dani Dayan para embaixador de Israel em Brasília; Dayan é
ligado aos assentamentos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia e dificilmente
receberá o agrément, a aceitação do Itamaraty; a avaliação do Brasil é de que
Israel quebrou o protocolo ao tornar pública a indicação antes da resposta
brasileira; "Os israelenses estão fazendo o pior jogo possível.
A maneira como tudo foi feito, a quebra do
protocolo, a pressão, isso não funciona no mundo diplomático", disse uma
autoridade brasileira; o episódio gerou uma crise diplomática entre os dois
países e a preocupação no governo israelense; Israel agora teme que a disputa
possa encorajar ativismo pró-Palestina.
O governo brasileiro não deverá ceder às
pressões de autoridades israelenses para aceitar a indicação de Dani Dayan para
embaixador de Israel em Brasília. O Brasil resiste a conceder o agrément – a
aceitação do Itamaraty – ao empresário de origem argentina naturalizado
israelense.
Dayan é um antigo líder do movimento de
assentamentos judaicos, enquanto o Brasil tem como parte da sua política
externa o apoio à criação de um estado palestino. O Brasil considera os
assentamentos judaicos em terras palestinas ilegais.
Por isso, a indicação não foi bem vista pelo
governo brasileiro. O governo de Benjamin Netanyahu afirmou no último domingo
que o Brasil arrisca degradar o relacionamento bilateral se Dayan não for
autorizado a suceder Reda Mansour, embaixador israelense que deixou o Brasil na
semana passada.
A avaliação do Brasil é de que Israel quebrou
o protocolo ao tornar pública a indicação antes da resposta brasileira.
"Os israelenses estão fazendo o pior jogo possível. A maneira como tudo
foi feito, a quebra do protocolo, a pressão, isso não funciona no mundo
diplomático", disse uma autoridade brasileira, segundo reportagem
publicada pelo jornal O Globo nesta terça-feira 29.
Um editorial do jornal "Jerusalem
Post" saiu em defesa de Dayan nesta segunda-feira e afirmou que "as
relações bilaterais entre Israel e Brasil movem-se em direção a uma crise de
grandes proporções". O jornal israelense "Haaretz" informou que
na quinta-feira haverá uma nova reunião para tratar do caso, na presença de
Netanyahu.
Fonte: brasil247
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