Nós brasileiros,
ocupamos a 3ª posição no ranking mundial da internet, segundo dados do Ibope
Nielsen Online. O uso da internet em locais de trabalho e domicílios
brasileiros vem crescendo muito nos últimos tempos, colocando o Brasil acima de
países como a Alemanha, o que por um lado é benéfico porque nos traz os
benefícios dos avanços tecnológicos, mas por outro lado, muita preocupação
quanto ás formas e finalidades para as quais muitos internautas fazem uso da
internet.
Blogs,
sites, redes sociais em geral são usadas com a finalidade de empreendedorismo
por quem sabe usá-los como ferramentas e mecanismos auxiliares, e hoje,
indispensáveis, na comunicação e marketing que varia dos pequenos aos grandes
negócios, mas existe uma gama de usuários, que a exploram pelo lado negro,
desnecessário e até criminoso, causando desconfortos e prejuízos a toda
comunidade virtual.
Com
o crescimento da incitação ao ódio e à violência nas redes sociais, é comum nos
depararmos com campanhas e mais campanhas educativas, que visam aplacar essa
onda de ataques virtuais, que cresce com o desconhecimento das leis que
regulamentam o uso racional e responsável da web, prevendo punições aos
infratores das mesmas. A internet nunca foi terra de ninguém como apregoam os
que dela utilizam para o mal.
Não
obstante às campanhas educativas, criação de Delegacias Especializadas em
Crimes Cibernéticos, a exemplo da Safernet Brasil, DEICC, DRCI, dentre outros,
é muito comum encontrarmos publicações maldosas que divulgam nomes e imagens de
pessoas, de forma injuriosa, caluniosa e difamatória, frases de efeito como,“morte
ao fulano”, incitando o ódio
e a violência sem se quer medir as consequências danosas de tamanha
irresponsabilidade virtual.
Num
passado não muito distante, em 03 de maio de 2014, o Brasil foi impactado pelas
consequências desse, hoje, tão habitual, linchamento virtual, que veio a ser
letal, trágico na vida da senhora Fabiane Maria de Jesus, dona de casa, 33
anos, violentamente agredida por dezenas de moradores de uma comunidade em Guarujá,
no litoral de São Paulo, após ter sua imagem divulgada irresponsavelmente na
internet, onde a denunciavam como sequestradora de crianças para rituais de
magia negra.
Surpreendemos-nos ao ver
um dos sites mais acessados do mundo, uma rede social que a meu ver deveria ter
responsabilidade social no que se refere à política de segurança do que é
divulgado por seus usuários, após inúmeras denúncias, manter um grupo que tem
por título, Morte ao Lula,
bem como outras com títulos semelhantes. https://www.facebook.com/groups/1415427332099564/?fref=ts.
Hoje, “morte ao Lula”,
amanhã, ao “Joãozinho”, depois à “Mariazinha”, etc, e assim os elos do ódio
incitado virtualmente, vão se ligando e se propagando de forma viral e dando
origem à grande corrente de violência que só tende a aumentar a catastrófica
onda de justiçamento que rasga literalmente a nossa Constituição Federal e desrespeita as nossas leis, pondo em
xeque toda e qualquer autoridade competente para julgar e punir nas suas mais
variadas formas.
Argumentam
o direito de expressão garantido no Art. 5º IV – é livre a manifestação do
pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX-
é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independente de censura ou licença;
Mas
até onde vai o direito de expressão? Desde quando se é permitido a um direito
atropelar o outro? Nesse caso, o primeiro e maior direito do cidadão, o direito
à vida? Na minha opinião não pode haver defesa e nem justificativa para nenhum
ato que caracterize ameaça à segurança e à vida e à privacidade de quem quer
que seja.
É
preciso mais rigor quanto a essa postura na web, que já demonstrou na prática,
ser danosa à segurança e ordem pública. Está mais do que na hora dos órgãos
competentes, fiscalizarem melhor todo e qualquer site que de alguma forma,
promove ou coopera para a promoção da violência, caso contrário, a internet
cada vez mais se constituirá em um veículo difusor do ódio e em arma letal
contra os cidadãos que utilizam este importante canal diariamente na busca de
algo que os engrandeça e que não os dizime.
Por: Fátima Miranda
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