Até
poucos anos atrás, mais precisamente nos governos que antecederam aos governos
do Partido dos Trabalhadores, algumas cenas e manifestações no Brasil eram
praticamente impensáveis do ponto de vista político. Cansei de assistir pela TV
o grito dos excluídos, manifestação de todos aqueles que se sentiam a margem
das políticas sociais do governo federal que praticamente eram nenhuma.
A
nossa população de baixa renda vivia com as mãos na cabeça, chega o fim do
salário e sobrava mês, o custo de vida altíssimo impedia que a classe menos
favorecida tivesse acesso a vários bens de consumo. Pobre possuir automóvel,
casa própria e outros bens necessários a sua subsistência nem pensar. Direito a
entrar numa mesma universidade frequentada por estudantes de poder aquisitivo
era um sonho, aqui e acolá alguém furava “essa fila” e conseguia atingir o
terceiro grau, tempos negros para uma imensa população que nunca tivera até ali
a atenção necessária do governo federal no tocante a uma política social
voltada para os menos aquinhoados.
Quando
servidor público do Poder Judiciário do Estado do Ceará, ainda na década de 80
tive a oportunidade de conhecer e presenciar, pasmem, duas justiças inseridas
dentro do Fórum, a Justiça dos pobres e a dos ricos (podemos assim dizer), os
processos de ambos tramitavam em cartórios separados. Tal separativíssimo
judicial veio a ser extinguido com o tempo com um novo código de organização
judiciária do estado do Ceará. Por aí você imagine como eram as coisas neste país.
De
repente, a grande massa da população brasileira elege um Presidente oriundo da
classe trabalhadora, o até hoje carismático Luis Inácio lula da Silva e, contra
todo o negativismo que esperavam do seu governo, começamos a sentir e ver uma
mudança radical de inclusão social jamais vista em nosso país. Jamais um
Presidente tinha tido uma visão social tão profunda como teve o ex Presidente
Lula. Foi do seu governo as políticas sociais que transformaram a vida de
milhões de brasileiros que viviam a margem quer de seus direitos, quer no
acesso aos bens de consumo e na conscientização de seus direitos.
Mas
isso teve um preço, a sociedade consumista, a sociedade que jamais soubera o
que era fome, as pessoas ditas da classe média alta não aceitaram até hoje que
milhões de pessoas saísse da extrema pobreza e galgasse degraus sociais que até
então só eram alcançados por ela (classe média alta) e, por conta disso,
amparados pelos partidos de direitas que comungavam com a mesma ideologia
doente, começou uma perseguição infernal ao governo do Lula e da Dilma com o
fino propósito de desestabilizá-los e com isso, acabarem com as políticas
sociais até então promovidas.
Que
país é este?
E
mais uma vez assistimos, os agora incluídos, irem pra rua defender o governo e
o seu mandato contra aqueles que querem a todo custo parar o país sob os
argumentos de que o PT não é um partido e sim uma quadrilha, como se todos os
outros partidos fossem constituídos de políticos honestos e livre de qualquer
censura. Para isso, essa parcela da sociedade de “bucho cheio” e “contas
bancárias gordas” desde então tem promovido o que há de mais triste e odioso
numa nação: o preconceito, a infâmia, o separativíssimo, a ganancia, o egoísmo
e tudo o mais que puder cuja finalidade não é outra senão a de enfraquecer o
governo atual.
Que
seres são esses que não fazem a menor questão de gritar em alto e bom som todo
o seu ódio contra os pobres e trabalhadores beneficiados pelas políticas
sociais do governo como se os mesmo não tivessem o sagrado direito de ascender
na vida e de ter acesso a uma boa comida, uma boa educação e aos bens de
consumo?
Que
país é este em que, uma parcela da sociedade, assiste a tudo calada, omissa e
covarde seus irmãos serem preconceituados, massacrados como se os mesmos não
tivessem os mesmo direitos que ela a ascender na vida socialmente e assim
propiciar para sua família uma vida digna e menos sofredora como era há quase
duas décadas atrás? Lamentável...
Por:
Elder Pereira
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