Como
já disse aqui: eu não gosto de imposto; você, certamente, também não gosta de
imposto; nós não gostamos de imposto.
Mas
o imposto é necessário para financiar o Estado.
Empresários
não gostam de impostos – embora não paguem. Pois quem paga os impostos
embutidos nos preços dos produtos e serviços somos nós, consumidores, quando
compramos esses produtos e/ou serviços. Os impostos que os empresários deveriam
pagar, estes eles sonegam, em geral.
Tem
gente que prefere um Estado mínimo e privatizado.
Ou
seja: tem gente que quer um Estado de joelhos, a serviço de interesses
privados.
Se
você não faz parte dessa turma, peço-lhe então que preste atenção em algumas
manchetes que estamparam os jornais nesses últimos dias de fim de ano:
“Crise
financeira no Rio leva caos à saúde do estado”.
“Arrecadação
do governo é a mais baixa desde 2010”.
“Governadores
reivindicam alívio imediato das dívidas”.
Você
já parou para pensar quantas pessoas estão morrendo diariamente por causa desse
estado de coisas?
Você
pode, perfeitamente, dar de ombros e fazer de conta que nada disso está
acontecendo. Afinal, você pode pagar um médico particular ou tem um bom
convênio médico pago pela empresa para a qual trabalha.
É,
se esse for o seu caso você pode mesmo estar se lixando para a situação do
governo federal, dos estados e municípios, no tocante a arrecadação, e, por
consequência, no que diz respeito aos serviços públicos prestados por esses entes
da federação.
Porém,
meu prezado, se você depende desses serviços, e está ciente que o país passa
por uma crise econômica (e que, por isso, o Estado arrecada pouco), é
aconselhável que comece a cogitar a possibilidade de defender teses e apoiar políticas
que visam o aperfeiçoamento e a melhoria na arrecadação de impostos.
A
CPMF, pense bem (ou pense melhor), é um imposto mais justo, que pune os
especuladores financeiros e os sonegadores – uma vez que está prevista uma
faixa de isenção que deixará os mais pobres de fora dessa fatura.
Outro
imposto bem justo e legal (em todos os sentidos) é aquele que incide sobre as
faixas de alta renda [acima de R$50 mil]. O Partido dos Trabalhadores já
sugeriu uma alíquota de IR de 40% para aqueles que ganham acima de R$100mil –
para mim, um teto muito alto. Mas... Eu não sou tributarista. Não tenho
elementos para contestar.
Desculpe-me
se insisto nesse tema antipático, é que não vejo sentido em deixar a população
brasileira sofrer com esse Estado de penúria, tão somente por causa de uma
dificuldade de arrecadação em face da crise econômica ou porque alguns
empresários espertalhões e alguns reacionários “endinheirados” querem engordar
as suas contas na Suíça, à custa da sonegação de impostos e do sofrimento da
população mais pobre.
A
gente tem a obrigação cidadã de zelar e de se preocupar com a manutenção e
preservação de um serviço universal de saúde ou de um Sistema Único de Saúde, o
nosso SUS – mas assim com maiúsculas, como queria o saudoso Adib Jatene.
Desejo
um Feliz 2016 para todos nós. Com um Estado mais forte, que tenha condições de
prestar um serviço de qualidade à população.
Fonte:
brasil247
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