Principais situações de risco
A intenção do Direito Trabalhista, naturalmente, é a de proteger o
trabalhador, por ele ser sempre o lado mais vulnerável. No entanto, essa
transformação dos tempos faz surgir no dia a dia algumas situações em que tanto
o empregado como o empregador saem perdendo, por causa de algum dispositivo
legal na CLT. Infelizmente, todas as empresas passam por isso, mas não há nada
que possa ser feito de imediato. Lei é lei! A vontade ou o consentimento do
colaborador, nesse caso, não vale de nada. Veja a seguir cinco das principais
situações de risco em que o empreendedor pode ser enquadrado por não cumprir as
determinações do Direito do Trabalho
1. Vale transporte, alimentação e plano de saúde
O empregador deve fornecer, no início de cada mês, um adiantamento relativo
aoscustos com o transporte do trabalhador de sua casa até o trabalho e do
trabalho até sua casa. Posteriormente a empresa pode descontar esses valores
até o limite de 6% da remuneração bruta do empregado. Com relação ao vale
alimentação e a planos de saúde ou odontológicos, a empresa não é obrigada por
lei a colocar à disposição de seus colaboradores. No entanto, benefícios como
esses são bastante úteis aos funcionários e podem acabar sendo um diferencial,
dependendo do setor, ajudando sua empresa a atrair os melhores talentos.
2. Intervalo para alimentação
A lei protege o direito do trabalhador de ter um intervalo para se
alimentar durante o trabalho. A duração desse intervalo depende da carga
horária de cada funcionário. Para os funcionários que cumprem a carga horária
de oito horas diárias de trabalho, o intervalo deve ser de no mínimo uma hora e
no máximo duas horas. Para os trabalhadores que cumprem carga de trabalho
superior a quatro e inferior a seis, o intervalo deve ser de no mínimo 15 minutos.
Já os empregados que trabalham quatro horas por dia não têm direito ao
intervalo, mas isso não impede que um intervalo não possa ser negociado entre o
patrão e os funcionários. Na prática, esta é uma questão espinhosa, já que
muitos empregados preferem tirar um intervalo de 15 minutos ou meia hora, mas,
em compensação, sair mais cedo do serviço. Mesmo que essa seja a vontade do
trabalhador, a CLT proíbe.
3. Jornada máxima de trabalho
A jornada máxima de trabalho no Brasil é de oito horas, sem contar, evidentemente,
o intervalo para a alimentação. No entanto, é possível que um empregado
trabalhe mais de oito horas em um único dia, desde que receba um adicional por
hora extra e que essas horas extras estejam limitadas a no máximo duas por dia,
ou seja, em hipótese alguma um empregado pode trabalhar mais de 10 horas em um
único dia, mesmo que estejamos diante de uma situação excepcional. O
empreendedor deve se certificar de que o empregado vá embora para casa mesmo
contra a sua vontade, pois esta é a única forma de evitar problemas com a lei.
4. Intervalo mínimo entre uma jornada e outra
Esta informação é importante para a montagem de escalas de trabalho,
especialmente se o horário de trabalho dos funcionários varia dia a dia. A lei
estabelece que o horário mínimo entre uma jornada de trabalho e outra deve ser
de pelo menos onze horas. A intenção da lei aqui é proteger o sono do
trabalhador, bem como o tempo necessário para que ele se desloque do trabalho
para o lar e do lar para o trabalho com segurança. Mas como funciona na
prática? Supondo que o estabelecimento seja um restaurante e a jornada de
determinado cozinheiro termine às três horas da manhã, então ele só poderá
voltar a trabalhar a partir das duas horas da tarde, ou seja, onze horas
depois.
5. Adicional noturno e de periculosidade
O trabalhador que exerce suas funções no período noturno tem direito a
receber uma remuneração 20% maior. A lei considera como período noturno aquele
compreendido entre as 22h de um dia até as 5h do dia seguinte. Já o trabalhador
exposto a materiais inflamáveis, explosivos, energia elétrica ou violência
física, recebem adicional de periculosidade no valor de 30% de sua remuneração.
É claro que existem outros riscos além dos citados aqui. Os direitos
trabalhistas são irrenunciáveis e inalienáveis, ou seja, não podem ser
negociados nem mesmo pelo próprio trabalhador, em hipótese alguma. Por isso, o
empreendedor deve procurar se cercar de profissionais competentes e estudar a
fundo o Direito Trabalhista para usá-lo sempre a seu favor. Para você advogado
trabalhista, é de grande ajuda manter um acervo de petições trabalhistas que
contemple os casos mais específicos.
Maiores causas de ações
Registro inadequado: Contratos de trabalho superficiais ou
desatualizados;
Período de experiência: Registro na Carteira de Trabalho após o início
da prestação de serviços;
Pagamento por fora: Registro em carteira de salário em valor inferior ao
que o empregado efetivamente recebe;
Carga horária: Ausência do registro correto de horário;
Hora-extra: Pagamento de horas extras habituais por fora e não
incidência dos seus reflexos nas verbas devidas;
Comissão: Não incidência das comissões nas verbas trabalhistas;
Desconto indevido: Descontos em folha, além dos admitidos por Lei, sem
autorização escrita dos empregados;
Mudança de função: Empregados exercendo as mesmas funções, com diferença
de tempo de função, não superior a dois anos, recebendo salários diferentes;
Carga pesada: Duração do trabalho diário superior a 10 horas;
Excesso de trabalho: Intervalo entre duas jornadas menor que 11 horas;
Falta de pagamento: Trabalho aos domingos e feriados sem o correto
pagamento ou compensação;
Irregularidade: Terceirizações irregulares;
Fiscalização ineficiente: Falta de fiscalização, por parte da empresa
tomadora de serviços, das obrigações da empresa terceirizada;
Acordo: Inobservância de regras específicas da categoria estipuladas em
convenções coletivas;
Segurança: Inobservância das regras de saúde e segurança do trabalho,
com entrega de equipamentos de proteção.
Fonte: JusBrasil
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