Violação de direitos humanos no Piauí atinge principalmente os travestisGetty Images |
Guilherme
Azevedo
Do
UOL, em São Paulo
A
delegacia responsável por investigar casos de desrespeito aos direitos humanos
no Piauí sofre com a falta de dinheiro. Segundo Emir Maia, delegado-titular da
Delegacia de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos e Repressão às Condutas
Discriminatórias, os telefones não ligam para fora, isto é, fazem apenas
chamadas internas. Também faltam carros e equipamentos.
A
equipe é reduzida, formada por oito pessoas no total: Maia, um escrivão e seis
investigadores.
"Apesar
de todo o compromisso do governo do Estado, essa carência dificulta o processo
célere das demandas policiais. Mas isso não é privilégio do Piauí, é comum a
todos os Estados", diz o delegado.
Com
sede em Teresina, a delegacia foi criada pelo governo estadual em agosto de
2005. Segundo Maia, as denúncias que mais crescem são as de tortura (por abuso
de autoridade e em presídios) e de injúria racial pela população negra.
Mas
o principal alvo de violação de direitos no Estado são os travestis. Os casos,
entretanto, são difíceis de investigar, segundo o delegado, porque as vítimas
mudam constantemente de endereço e de nome social. Por isso ele diz valorizar a
ronda noturna para prevenir ataques contra esse grupo.
Arte/UOL |
Denúncias
sem endereço da vítima
Os
registros encaminhados pelo Disque 100, serviço para acolher, analisar e encaminhar denúncias de violação de direitos, recebidos normalmente no Piauí
via correio, apresentam muitas vezes uma dificuldade: a ausência de endereço
das vítimas. Sem essa informação, é grande a chance de o caso notificado não ir
adiante.
Na
quinta-feira (18), a reportagem do UOL entrou em contato com a Secretaria da
Segurança Pública do Piauí para questionar sobre a condição precária da
delegacia.
Em
nota, o órgão respondeu que a delegacia "recebe anualmente suprimento de
fundo para a manutenção básica da estrutura" e que, nos próximos meses,
será "transferida para um complexo que abrigará a Delegacia da Mulher e
Delegacia do Idoso em um espaço cedido pelo governo do Estado".
A
secretaria informa ainda que "o delegado responsável possui dois telefones
para o recebimento e realização de ligações locais e interurbanas,
0/xx/86/3215-4200 e 0/xx/86/99452-4200, e que não foi notificada sobre qualquer
problema".
O
UOL tentou falar várias vezes na tarde de terça-feira (23) nesses números, mas
ninguém respondeu.
Serviço:
Delegacia
de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos e Repressão às Condutas
Discriminatórias do Piauí - rua 24 de Janeiro, 500, centro, Teresina - tel.
0/xx/86/3216-5256
Fonte:
uol
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